Afinal, o que é Deepfake e como se proteger de fraudes na internet? (2024)

Um dia você nunca ouviu falar em impressoras 3D, no outro leu em uma notícia que alguém está literalmente imprimindo casas, e vida que segue, certo?

A tecnologia tem dessas, o que parecia ficção científica ontem pode ser comum hoje. É possível, por exemplo, que você já tenha tido contato com o termo deepfake, que surgiu no noticiário no começo de 2018.

Do dia para noite ficou acessível gerar vídeos ultrarrealistas, em que um rosto é projetado em outro corpo.

Para a surpresa de ninguém, os primeiros registros de deepfake surgiram associados a conteúdos adultos. Neles, os rostos reais das atrizes em cena eram substituídos por celebridades — e os resultados assustadoramente convincentes.

Não demorou para que o Reddit (rede social onde foram postados os primeiros deepfakes) e vários outros sites proibissem esses materiais, mas não é bem assim que a internet funciona.

Neste artigo, vamos falar sobre o que é deepfake, suas implicações na sociedade e o que segurança digital tem a ver com essa história. É só seguir a leitura.

O que é deepfake?

Em termos práticos, uma inteligência artificial é exposta a vídeos e áudios de certa pessoa e, a partir desse material, é capaz de recriar a voz, expressões faciais e maneirismos daquele sujeito.

Depois disso, é hora de escolher o vídeo sobre o qual aquele rosto será sobreposto e você terá resultados como este, onde Barack Obama, ex-presidente dos EUA, aparece como o super-herói Pantera Negra.

Não é de se estranhar que os resultados mais impressionantes tenham como alvo pessoas públicas, uma vez que, com elas, o software dispõe de uma vastidão de conteúdo online para estudar, aprender e recriar.

Sátiras óbvias como essa de Obama, no entanto, são a face mais inofensiva dos deepfakes e podem ser encontradas aos montes pela rede. Essa história fica mais complexa quando falamos de política e negócios, vingança e extorsão.

Quais os impactos do deepfake na sociedade?

A empresa holandesa Deeptrace realizou um levantamento com 14.678 deepfakes encontrados na rede e constatou que 96% do total tinha caráter p*rnográfico. Além das implicações éticas evidentes, todo um novo paradigma foi criado para o chamado revenge p*rn (p*rnografia de vingança em tradução livre).

Qualquer pessoa que tenha uma quantidade mínima de material em foto e vídeo em suas redes sociais pode ter seu rosto colocado em material explícito, sendo vítima de uma série de crimes virtuais.

Em outro sentido, o deepfake já teve suas primeiras repercussões no campo político, e rendeu histórias como a que cercou o presidente do Gabão, Ali Bongo. Após sofrer um derrame fora de seu país, Bongo passou longos meses sem aparecer publicamente, o que começou a alimentar especulações de que o mandatário estivesse com sérias complicações de saúde ou até mesmo morto.

Para acabar com as especulações, o governo divulgou um vídeo do líder desejando um feliz natal e tranquilizando os cidadãos. Em uma reviravolta cinematográfica, rapidamente viralizaram dúvidas sobre a veracidade das filmagens, levantando a hipótese de que se tratava de um deepfake.

Análises posteriores indicaram que as imagens são legítimas e Bongo, inclusive, fez aparições públicas recentes — debilitado, mas definitivamente vivo —, mas o estrago já estava feito. A escalada de tensão seguinte ao vídeo levou a uma tentativa de golpe de estado por parte de um grupo de militares da nação africana.

A história revela um lado pouco comentado de toda essa polêmica. Os deepfakes estão fazendo com o vídeo o que os softwares de edição de imagem fizeram com a fotografia: minando sua validade como prova de um acontecimento.

Se a filmagem era o último porto seguro para dizer que algo definitivamente aconteceu... Não é mais.

Ainda que softwares especializados possam determinar a legitimidade de um vídeo, o espaço de tempo entre a divulgação de um certo material e essa análise é o suficiente para causar graves consequências.

Além disso, o charme desse tipo de inteligência artificial está exatamente na sua capacidade de aprender. Os primeiros deepfakes, por exemplo, pecavam pela pouca quantidade de piscadas, algo que já não acontece nos mais recentes.

Pense em como, por exemplo, um deepfake do CEO de uma grande empresa pode causar reações instantâneas na bolsa de valores. Ou como um outro vídeo, às vésperas de uma eleição, pode influenciar diretamente no resultado das urnas, antes que haja tempo para os envolvidos provarem qualquer coisa.

Como aumentar a segurança nas transações via web?

Um ditado da língua inglesa diz que “problemas modernos exigem soluções modernas”. Dobrar o investimento em segurança digital é o melhor caminho para lidar com ameaças, tão próprias da nossa época.

Se questões como essas o preocupa, investir na otimização e segurança de seus processos de identificação digital é um ótimo primeiro passo.

Essa questão é especialmente sensível na hora de autenticar atos, documentos e contratos digitalmente, processos que devem contar com criptografia de ponta, garantindo sua segurança e validade.

O mesmo se aplica a e-mails e toda comunicação importante que você realiza online no seu dia a dia. Investir em uma assinatura digital (o que é diferente de simplesmente ter uma assinatura eletrônica) é outro passo essencial.

Como ficam as biometrias?

Nesse cenário, as tecnologias de identificação digital precisam avançar em ritmo rápido, sempre oferecendo soluções de ponta, atentas aos desafios que surgem diariamente. Não é diferente com reconhecimento facial com certificação digital.

É o caso, por exemplo, do ValidBio, ferramenta de reconhecimento facial em alta velocidade, que aposta em inteligência artificial e deep learning associada a uma tecnologia de liveness detection incorporada. A ferramenta pode ser facilmente integrada a processos de certificação digital que legitimam a autenticidade e identidade.

Isso significa que o sistema é programado para procurar provas de vida, garantindo que o rosto analisado é de uma pessoal real e que o processo está acontecendo ao vivo, naquele momento, ainda com uma consulta a um banco de informações que garantem a identidade daquele que o utiliza.

Entre notícias meio assustadoras e outras que parecem diretamente saídas de algum filme futurista, a tecnologia não dá sinais de que nos dará tempo para digerir seus avanços. Encontrar as soluções para os desafios que surgem no caminho é algo que teremos que fazer com o surgimento das inovações tecnológicas.

Se você gostou de aprender mais sobre deepfakes, compartilhe esse conteúdo nas suas redes sociais com seus amigos.

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